terça-feira, 28 de outubro de 2014

Uma experiência libertadora...


A consulta de hoje foi uma experiência bastante libertadora. No caminho para a clínica eu estava suando um pouco frio e o meu coração estava batendo num ritmo mais acelerado do que o de costume. Embora já me sentisse pronta para tentar engravidar mais uma vez, eu não sabia ao certo como iria reagir ao está no mesmo lugar em que a minha pequena Sofia foi concebida e transferida para dentro de mim...

No íntimo da minha alma eu tinha receio de que o ambiente ressuscitasse algumas lembranças e que essas lembranças me fizessem reviver a dor do meu aborto retido e que isso me roubasse, ainda que por alguns milésimos de segundos, a esperança de voltar a gestar um bebezinho em meu ventre.

Mas, chegando lá me dei conta de que meu receio era infundado. Ao invés de reviver dores me revesti de novas esperanças. Foi lá onde o meu sonho de ser mãe ganhou vida (ainda que por um breve período de tempo), é lá em que ainda estão as minhas outras cinco sementinhas de amor, e provavelmente é de lá que sairei mais um vez gestando o meu próximo bebezinho!

Voltar lá pela primeira vez depois da AMIU (aspiração manual intra uterina) me fez muito bem. Foi a primeira vez desde do aborto que eu não tive medo do que o futuro me reserva em relação a minha próxima TEC (transferência de embriões). Meu coração não apenas se abriu para a possibilidade de mais uma tentativa, ele voltou a acreditar que da próxima vez tudo será diferente... os detalhes da consulta  ficarão para a próxima publicação.

sábado, 25 de outubro de 2014

Pronta para tentar mais uma vez...


Depois do aborto retido e da AMIU (aspiração manual intra uterina) eu estava completamente decidida a só reiniciar qualquer tratamento no próximo ano. Queria viver o meu luto e chorar a minha dor sem ter que voltar a mesma maratona de exames, consultas e procedimentos a qual tenho me submetido nesses últimos anos.

Mas, o meu coração ficou em paz, com esse lamentável capítulo da minha vida, antes do que eu imaginei e hoje tudo o que mais desejo é voltar a tentar engravidar novamente. Quero muito vivenciar mais uma vez a alegria de um POSITIVO e com a graça de Deus ter uma gestação que culmine com o nascimento de um bebezinho saudável!

Acabei de agendar uma consulta com a médica que fez as minhas FIVs para essa próxima terça feira (28/10) para que ela possa analisar os resultados do histopatológico e da análise genética do material da minha perda fetal e determinar quais serão os próximos passos para a minha próxima TEC (transferência de embriões congelados).

Por enquanto, e por aqui, vamos (eu e marido) nos apegando as pequenas alegrias diárias que o Senhor tem nos presenteado todos os dias. Estamos aproveitado a companhia um do outro muito mais do que antes e isso tem nos feito muito bem!

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Deus é bom e a sua bondade nos faz superar o insuperável!


"Deus é bom em todo tempo, mesmo quando tudo conspira contra o nosso maior sonho e até quando o nosso pior pesadelo se transforma em realidade." Foram essas as palavras que vieram a minha mente e ao meu coração no dia em que soube que o coraçãozinho da minha Sofia havia parrado de bater.

Nem no meu pior pesadelo passou pelo meu imaginário que viveria o aborto do bebê que estava gestando, depois de quase seis anos de tentativas frustradas, duas FIVs (fertilizações in vitro) e quatro TECs (transferências de embriões congelados). Mas, diante dessa triste realidade eu tinha duas alternativas a escolher. Deixar que a minha dor me destruísse e a revolta tomasse conta do meu ser, ou me voltar para Deus e suplicar para que ele amenizasse a minha dor, me desse forças para superar aquele lamentável acontecimento e restaura-se  a minha fé em relação a todas as promessas que ele me fez.

Antes mesmo que eu abrisse a minha boca, Deus me envolveu com seu manto de amor e me fez lembrar que o bebezinho que eu estava gestando antes mesmo e de ser meu já era dele. Então, pude concluir que ele, como pai amoroso que era, o tomou para si para poupá-lo de algo que eu não poderia poupá-lo e essa conclusão livrou  a minha alma de uma amargura profunda.

As lembranças desse lamentável acontecimento irão me acompanhar pelo resto da minha existência e ainda derramarei muitas lágrimas pela partida dessa filha que não pude abraçar, mas o meu coração está em paz com Deus e já se  abriu completamente para novas alegrias porque dentro de mim habita a certeza de que Deus fez aquilo que era melhor para minha pequena e aquilo que ele tem determinou ao meu respeito é infinitamente maior e melhor do que um dia sonhei e imaginei!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O meu amanhã será de sol...


Já faz algum tempo que deixei de questionar a Deus o porquê dele ainda não ter me dado o filho que a tanto tempo espero e por quem tanto  clamo em minhas orações...  e mesmo quando a alegria do positivo deu lugar a tristeza de um aborto retido, eu não o questionei sobre quais foram as razões que o levaram a permitir que eu vivenciasse essa experiência tão dolorosa. 

A parte de toda dor e sofrimento, Deus tem cuidado para que a minha fé não desfaleça. Ele tem sido comigo em todo tempo, tem se encarregado pessoalmente de tratar com muito amor e carinho de todas as feridas que a minha infertilidade tem aberto em meu coração e tem me dado forças para superar o insuperável!

Eu nunca estive tão próxima dele o quanto tenho estado nesses últimos anos... o sofrimento tem me impulsionado a ter muito mais fé,  a buscá-lo ainda mais e a perceber que sou inteiramente dependente dele.

Parafraseando um pensamento de Yla Fernandes eu concluo dizendo que não tenho apenas lágrimas, decepções, lutas e tristezas... eu também tenho sorrisos, alegrias e vitórias! 
Tenho também uma força sobrenatural que me impede de pensar em desistir. 
Somada a essa força tenho uma fé inabalável e uma esperança imortal que me dão plena convicção de que o meu amanhã será de sol e de um lindo arco íris.
Minha vida pode até não está sendo fácil, mas se fosse fácil não teria a mesma graça, pois sem as lutas a minha vida não seria marcada por grandes vitórias!

sábado, 18 de outubro de 2014

Saudades...


Sinto saudades da minha princesinha Sofia, a menininha que eu jamais irei conhecer...

Saudades de olhá-la pela primeira vez 
Saudades de ouvir o seu primeiro chorinho
Saudades de tocá-la pela primeira vez 
Saudades de colocá-la em meus braços pela primeira vez
Saudades de amamentá-la pela primeira vez
Saudades de dar o seu primeiro banho
Saudades de levá-la para casa
Saudades de apresentá-la para os familiares e amigos
Saudades de passear com ela pela primeira vez...
E todas as outras alegrias que ela me proporcionaria!

Como mãe, mesmo sabendo de todas as possíveis limitações que ela pudesse vir a ter, eu a queria viva em meus braços, mas eu sei que o Senhor fez aquilo que era melhor para ela poupando-a de viver toda e qualquer limitação que sua síndrome pudesse lhe impor.

Embora que uma parte de mim tenha ido junto com a minha pequena Sofia, o que ficou é o bastante para acolher com o mesmo amor os seus irmãozinhos que ainda esperam por mim lá na clínica. Só espero viver com eles tudo que não pude viver com ela... e em tudo e por tudo o Senhor seja louvado! Faço minhas as palavras de Jó "...o Senhor me deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor." ( Jó 1:21)


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Resultado da análise genética do material da minha perda fetal...

Saiu o resultado da análise genética do material de perda fetal colhido na AMIU (aspiração manual intra uterina) que realizei no mês passado. O meu pressentimento a respeito do sexo do meu bebê estava certo. Eu realmente estava gestando uma princesinha. Infelizmente, ela tinha apenas um cromossomo X, era portadora da síndrome de turner, e por isso a gestação não foi adiante.

A maioria das meninas que nascem com essa síndrome tem uma vida praticamente normal, mas todas elas tem a sua fertilidade comprometida. 

Obviamente eu teria ficado imensamente feliz de receber a minha Sofia com vida em meus braços e faria tudo o que estivesse ao meu alcance para fazê-la feliz! Ela seria criada com muito amor e nós (eu e o pai) faríamos tudo o possível para que ela desenvolvesse toda a sua potencialidade. Mas, o Senhor resolveu polpá-la de toda e qualquer limitação que a sua síndrome pudesse lhe impor a guardando para si e quem sou eu para questionar as suas razões para tomar essa decisão? Ele é Deus! É bom em todo tempo! Tudo o quanto ele faz é perfeito! E a mim cabe tão somente agradecê-lo por tudo o quanto ele tem feito por mim... 

Antes de ser minha, a minha Sofia já era dele, ele permitiu que ela fosse gestada por mim, ainda que por um breve período de tempo, para que eu pudesse experimentar a imensa alegria de ser mãe. O aborto por mais devastador que tenha sido, não irá apagar as lembranças boas do tempo que ela esteve dentro de mim. 

Não importa quantos outros filhos o Senhor me der, ela continuará tendo cadeira cativa em meu coração, será lembrada por tudo o que representou em minha vida e por todas as alegrias que me proporcionou...

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Aguardando o resultado do estudo genético dos restos do aborto para definir os próximos passos...

Quero muito voltar a escrever sobre os meus próximos passos na tentativa de ter novamente um bebezinho dentro de mim, mas isso é algo sobre o qual não tenho controle algum. Por enquanto, ainda estou aguardando o resultado da análise genética dos restos do aborto, coletados através da AMIU (aspiração manual intrauterina) realizada no dia 09 de setembro, para voltar a infertileuta que está me acompanhando e saber o que deve ser feito antes da minha próxima TEC (transferência de embriões congelados).

A previsão era que ele tivesse saído na semana passada, mas há ainda um cromossomo pendente na análise. O laboratório nos assegurou que nesses próximos dias eles irão analisá-lo e até sexta feira ele nos enviarão as conclusões a que chegaram após a análise de todos os cromossomos.

Infelizmente a análise histopatológica não chegou a conclusão alguma sobre as causas do aborto retido. O material coletado estava degenerado demais, dada retenção intrauterina prolongada do "feto". Agora é torcer para que a análise genética aponte alguma causa específica, a fim de se definir com clareza o que realmente precisa ser feito antes da próxima TEC.

A proximidade do resultado dessa análise genética me fez voltar a pensar sobre o sexo do meu bebezinho que partiu e tenho uma forte sensação de que era uma menina. Algo me diz que o Senhor guardou a minha pequena "Sofia". Sinto que meu esposo afinal de contas era quem estava certo sobre o sexo do nosso bebezinho.

Ainda dói o fato de saber que jamais o terei em meus braços, mas estou totalmente pronta para viver novas alegrias... o luto será eterno, mas as lembranças boas de tudo o que vivi enquanto ele esteve dentro de mim me dará forças para ir buscar os seus irmãozinhos lá na clínica e ter a oportunidade de viver novamente a alegria de um outro POSITIVO! Minha luta contra a infertilidade só encerra quando abraçar um filho com vida em meus braços, pois aquele que me prometeu um filho é fiel para cumprir a sua promessa em mim!

sábado, 11 de outubro de 2014

Do que verdadeiramente me arrependo...


Vivi o dilema de contar a família e aos amigos sobre a gravidez. Meu marido é quem vivia insistindo que eu contasse... e já não aguentando mais de tanta felicidade ele mesmo se antecipou e contou aos colegas do trabalho. Então, logo depois da segunda ultrassom, após ouvi o som mais lindo que já tinha ouvido em toda a minha vida, resolvi atender o pedido dele e contar para todos que estava grávida.

A alegria do POSITIVO e a confirmação de uma gravidez que vinha se desenvolvendo bem se transformou em um pesadelo no momento em que soube que o coraçãozinho do meu bebê havia parado de bater. Fiquei sem chão e sem reação, mas, tive que aceitar o fato de que nunca o teria em meus braços.

Mesmo já tendo passado quase uma semana de que ele havia sido aspirado de dentro de mim, ter que dar notícia a todos de que já não estava mais mais grávida foi bastante difícil. Mas, por mais difícil que tenha sido dar a todos essa triste notícia, não me arrependo de ter noticiado a minha gravidez nas redes sociais e até mesmo ter divulgado fotos do meu "barrigão"!

Fui muito feliz enquanto tive o meu bebê dentro de mim e não tinha porque guardar só para mim toda a felicidade que estava sentindo, mesmo sabendo que o primeiro trimestre seria o mais crítico de todos, não podia me deixar dominar pelo medo de perder o meu bebê a qualquer instante, tinha mesmo é que curti-lo por todo o tempo em que ele estivesse comigo.

O pior inevitavelmente aconteceu antes de chegar ao 2º trimestre, mas poderia ter acontecido no momento do parto e aí? Será que conseguiria esconder a gravidez até lá? O futuro não nos pertence, somente Deus sabe o dia de amanhã e se tem uma coisa da qual verdadeiramente me arrependo é de não ter curtido tanto quanto gostaria o comecinho da gravidez devido aos pequenos sangramentos que tive e que não afetaram em absolutamente nada o meu bebê.

Por incrível que pareça o momento em que mais curti o meu bebê foi justamente o período em seu coraçãozinho já não batia mais dentro de mim (só que eu não sabia)... agora aprendi a lição. Na próxima vez que engravidar não vou deixar o medo me impedir de aproveitar nenhum segundinho sequer da minha gravidez. Vou  lembrar das palavras de Cristo que estão registradas em Mateus  6: 34 "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O que me resta é saudades...


Precisei me ausentar por uns dias para colocar a minha casa em ordem. Mas, agora que tudo já foi organizado voltarei a escrever com mais frequência.

Hoje está fazendo um mês que meu bebê foi retirado de mim já sem vida e tudo o que me restou dele foram saudades...

Saudades do dia que descobri que ele havia se implantado em mim;
Saudades do dia em que o vi pela primeira vez na tela de um monitor de ultrassom e vi seu coraçãozinho piscando;
Saudades das duas vezes em que ouvir as batidas forte do seu coraçãozinho;
Saudades de vê o meu corpo ganhando novos contornos porque ele estava dentro de mim...
Saudades de todas as alegrias que ele me proporcionou!

Mas a vida segue, mesmo sem ele. Ainda choro algumas vezes por já não tê-lo mais dentro de mim. Contudo, não sou só tristeza... a alegria do Senhor superabundou em minha vida e já consigo sorrir a maior parte do tempo com as pequenas alegrias diárias. Louvo a ele constantemente pelo fato dessa triste fatalidade não ter destruído a esperança de, num futuro não muito distante, viver mais uma vez a alegria de ser mãe com um outro filho que o Senhor me dará.

Deus sabe o que faz e ele não permite que sejamos provados além das nossas forças, juntamente com a provação ele nos dá o escape. Eu sobrevivi a tudo isso ainda mais forte e mais confiante porque ele é a minha fortaleza, a minha confiança está depositada nele e eu sei que ele fará o impossível em meu viver!

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